Houve gravação... ouve o áudio!
DIRECÇÕES DIFERENTES
Eu vou dizer o que senti
Ainda sentindo aqui... (põe a mão no coração/ quando faz reticências...)
Depois de tanto tempo
Tudo era suave forte
Sem querer explicação.
Íamos juntos viajar
Sempre regressámos
Mas nunca trocámos
Uma palavra escrita
O desejo apenas pedia
Uma presença presente
Até deixar de acontecer
Onde cada um foi à vida
Deixando de ter o outro
Em partilha impossível
Da qual... eu só digo
Como um dia dissemos:
Vamos dar um beijo
Sem o devolver... (talvez tenhamos pensado/ eu pelo menos pensei...)
Ainda trago o meu
Esquecido no peito
Com essa vontade
Enorme de apertar
Mas sem amachucar
Mais do que chorar
Porque era a hora
De dizer adeus... (cada um seguiu sua direcção/ rimando rumando...)
Nesse dia ambos
Viajámos... em
direcções diferentes
{Guardo o assobio no peito, “eu sei que vou te amar por toda a minha vida”!
Vou aqui anexar poesia e uma biografia; a poesia li-a hoje,
http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=594158
foi-me enviada a biografia, deixo tudo aqui... e uma tristeza enorme da maior alegria que é sempre poder ter o que tive, mesmo quando já não tenho, e, no entanto, tenho. Tenho tanto que, para meu espanto, dedico esta poesia ao Recanto... a quem (a) quiser! Quanto ao poema de amor para o amor de hoje? Nem gosto de escrever poemas de amor, o amor é para ser feito (como escreve o Assim).!.}
Letra e música : Isolda
Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci
Você foi, dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha estória
Que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade faz lembrar
De tudo outra vez....
Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
E o amor mais amigo que me apareceu
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez
Esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vêzes
Eu tenha vontade sem nada a perder
Você foi toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o maior dos enganos que eu pude fazer
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez
§
Biografia de Isolda:
"Outra vez" (1977) dos anos 70.
Brilhante compositora, esta paulistana nascida em 09/01/1957, teve forte "influência" musical da família: bisavô e avô maestros e compositores, tornar-se-ia uma das melhores compositoras de músicas românticas a partir dos anos 70.
Iniciou a compor ainda menina juntamente com o irmão fazendo músicas para seu teatrinho de bonecos; já mocinha, sempre com o irmão Milton Carlos passaram a inscrever suas músicas nos festivais, muito em moda nas décadas de 60 e 70; ganharam alguns prêmios e assim que o irmão gravou seu primeiro LP como cantor em 1970, tornaram-se conhecidos e passaram a receber encomendas de músicas de alguns cantores que sentiram na dupla de irmãos grande sensibilidade artística.
Em 1973 através do amigo comum Eduardo Araújo, Roberto Carlos gravou "Amigos Amigos" de Isolda e Milton. Foi o primeiro grande sucesso de público da dupla de compositores. Repetiu-se o sucesso no ano seguinte com o mesmo Roberto Carlos gravando "Jogo de damas"; no mesmo ano Roberto gravou "Elas por elas" e Wando gravou "Na boca do povo", todas de Isolda e do irmão Milton; em 1976 novamente Roberto Carlos gravou com grande sucesso "Um jeito estúpido de amar" e "Pelo avesso"; Milton Carlos gravou também da dupla "Um acalanto", "Uma valsa por favor", "Último samba canção", "Me mata" e "Vexame"; ainda em 1976 Ângela Maria gravou "Nunca mais" e Agnaldo Rayol "Eu levo uma cruz na corrente".
Dessa forma o sucesso da dupla de compositores foi sendo ampliado e reconhecido no meio musical brasileiro, principalmente pelas músicas gravadas por Roberto Carlos.
Prematuramente o irmão Milton faleceu num acidente em 1977; mesmo muito abalada com a morte do irmão e parceiro, Isolda compôs nesse mesmo ano sua primeira música sem a parceria do irmão: "Outra vez" que tornou-se seu grande sucesso na gravação de Roberto Carlos e que teria inúmeras gravações de outros artistas como Altemar Dutra, Simone, Emílio Santiago e outros além das gravações no exterior de Pepino de Capri, Armando Manzanero e Ray Conniff.
Nessa fase de músicas brasileiras populares, prevaleciam os versos geralmente muito românticos com apelos melodramáticos sobre a melodia de modo geral pobre. Isolda sempre se revelou compositora de imenso talento e sensibilidade muito apurada.
Apesar do grande sucesso alcançado através de 90 músicas compostas em parceria com o irmão e solo, Isolda sempre teve comportamento sóbrio e discreto, chegando mesmo a evitar contatos com a mídia.
O grande sucesso de "Outra vez" entre outras qualidades deve-se à maneira como Isolda com muita sensibilidade e talento escreveu os versos de modo que a maioria de quem viveu um grande amor gostaria de poder falar para sua ex-amada(o) e à magnífica interpretação de Roberto Carlos.
"Outra vez" foi um dos maiores senão o maior sucesso da carreira do cantor Roberto Carlos.
Dárcio Fragoso