A cidade que leio na Internet
Mais parece uma Torre de Babel.
Nada tem do que consta no papel,
Seu governo não cumpre o que promete,
Suas praças são cheias de pivete
E as ruas são palco de arrastões.
Zona Azul arrecada seus milhões
E com a corja divide na metade;
Não podemos dizer que é cidade
Um covil de políticos ladrões.
Até mesmo migalhas dos repasses
De programas criados em Brasília
São roubados, porque Bolsa-Família
Não devia atender todas as classes...
Sei de alguns que, se a gente perguntasse,
Contariam quem são os seus patrões.
Faltariam lugares nas prisões
Pra punir tanta desonestidade:
Como alguém chama ainda de cidade
Um covil de políticos ladrões?
Mesmo aos olhos mais puros e inocentes
Não se esconde o cenário de manobras,
Basta ler cada placa em cada obra
Pra saber como estão roubando a gente.
Uma praça, um reparo ou simplesmente
Uma lista elencada nos pregões:
Tudo é alvo da gana. Os “bastiões”
sempre posam com ar de probidade;
são um câncer cruel... e a cidade,
Um covil de políticos ladrões.
Os canalhas se apoiam. A vivência
Lhes garante a mamata das “benesses”.
Tem alguns que, falando, até parece
Que defendem lisura e transparência...
Falam tanto a palavra competência
Que acabam logrando quem se agrade:
Cidadão não se faz na faculdade
Nem cidade sem sábias eleições...
Pra limpar essa terra dos ladrões
Vamos ter que fazer outra cidade!
São Paulo, 12.07.2013 – 17h36