SILÊNCIO
Este silêncio de que, às vezes,
tu reclamas, como quem diz, talvez
"Tu não me amas", se o escutares,
verás que é diferente,
que não está dentro de nós,
mas ao redor da gente,
cheio de palavras nunca ouvidas,
pleno de frases já esquecidas.
Nele sinto a tua presença,
perto e docemente.
Uma saudade antiga revive no presente
sem figura, sons... estranha e vaga,
como a carícia de um beijo que se apaga.
E o bater do coração
- estás ouvindo? -
é a voz que atende ao teu reclamo,
a cada batida, insistente, repetindo:
Eu te amo... eu te amo... eu te amo...
Waldy Ribeiro Wurdig