Sempre me perco nesse ideal tamanho
De para a vida nos tirar do sonho,
E pra meus braços te verter do nada.
Sempre me perco nessa ânsia louca
De sufocar meus gritos em tua boca,
Em tua boca apenas, ó minha amada!
Sempre te acho flor de doce candura,
Quando busco em todo mel tua doçura
Pra adocicar o que de fel eu tenho.
Sempre te acho nos meus labirintos
E em teu colo reinvento meus instintos;
E na conquista de tua alma me empenho.
Sempre te quero em meu peito reclinada,
Tua pele na minha pele alquebrada
Pelas ações do tempo e da emoção.
Sempre te quero ao meu redor presente,
Tal fosses uma célula envolvente,
Revestindo de amor meu coração.
Sempre te abraço quando abraço a vida.
E vida afora te vejo, querida,
Como uma sombra de meu corpo lasso.
Sempre te abraço pelo bem que teces,
E neste aconchego sempre me aqueces,
Expondo-me ao calor de teu regaço.
Sempre me perco, e te acho.
Sempre te quero, e te abraço.
Sempre!