CONSOLAÇÃO
nos avanços e retrocessos dos ponteiros
a poesia está fora das palavras e dos sebos
está fora dos embrulhos dos dedos
nos cadernos e nos teclados
a poesia está fora dos riscos de giz
dos quadros verdes ou negros
ver só o que é feio cansa!
no leito das horas a beleza descansa
os tons nem sempre são neutros
nos retrocessos e nos avanços dos relógios
a poesia está fora das pautas das estrelas e das camisetas
a poesia está fora dos pés das mesas dos joelhos e das estradas
a poesia está fora da areia da tinta e das paredes
a poesia está fora das costas das árvores e dos caixotes
...fora de qualquer papel descoberto pelos chineses
Rosangela_Aliberti
São Paulo, 26.VII.07
Arte recolhida da net
por Renata Nikolopoulos