Amor, que a vida em morte em mim convertes, espero em vão tua palavra escrita e, flor a se murchar, meu ser medita que se vivo sem mim quero perder-te.
É infinito o ar. A pedra inerte nada sabe da sombra e não a evita. Íntimo, o coração não necessita do congelado mel que a lua verte.
Por ti rasguei as veias às dezenas, tigre e pomba, cobrindo-te a cintura com luta de mordiscos e açucenas.
Tuas palavras encham-me a loucura ou deixa-me viver minha serena e infinda noite da alma, escura, escura.
Tradução de Afonso Félix de Sousa
Convido a todos a ouvirem este soneto recitado por mim, cliquem no link abaixo: