Meu coração, meu utensílio
Alma minha, meu silêncio
Meu consumo apaixonado
Consumível porção humilde em meu viver
Valores, posses, esses ficam de lado
É sim, meu consumo farto
O desejo do libido
A sensibilidade das emoções
Os exageros da paixão
A lucidez dos sentidos
Sou consumidor
De um sorriso sincero
De uma voz que acaricia
De um verbo inteligente
Sou cliente da cortesia
Sou consumista da sensatez
Da fé extrema em meu ser
Da razão, a riqueza dela
Do mar, sua extensão
O beijo doce, é meu bem querer
É consumismo modesto
Ter da moldura, a imagem bonita
A sorte desse chão, a cor preferida
Da casca da laranja, o sumo
Qualquer rumo sem maldade pretendida
Mundo meu, não quero luxo!
De consumos tão estranhos
E de vontades que não resistem
Quero da simplicidade,
as coisas que existem
Vida, eis o melhor meu!
Do exagerado apego material
Prefiro o imaterial
Para ter o prazer de dizer:
Que simplesmente o meu consumo sou eu