Minhas homenagens aos deuses da paz eu rendi
Um terço aos perdidos do mundo
Um rosário aos pobres maldosos
Que vagam em fosso imundo...
Minhas rezas para o fim das guerras eu fiz
Perdoei o inimigo...
Comi com anjos e demônios
Tratei como ser humano o ladrão e a meretriz.
A parcela com minh’alma eu cumpri...
Deixei de comer da morte
Fui paciente, mergulhei no profundo da mente
Não maldisse minha sorte...
Há quem diga que me perdi… Mas um yogui sempre sai ganhando
Mesmo que não esteja meditando
É o que Krishna à Arjuna diz...
Então... Eu que de tudo um pouco fiz
Quero sentar-me a beira deste caminho...
Cansado, ferido... Quero afogar-me em vinho...
Esquecer humanamente a dor e o fardo...
Eu, que tantos deuses louvei
Hoje me apetece apenas louvar à Bacco
Sei que para muitos causo espanto
Mas não se escandalizem...
A arte é divina...O artista nem tanto...
“Bache benies gratus et optatus
per quem noster animus fit letificatus”