Meu Opala Azul
Pr´aqueles que pela máquina se fiam
Este que a tão importante pertenceu
Relíquias de oitenta a anos cativam
Sem alma, mas pela vida que nunca morreu
És maquinário, ferro e combustível
Com força e brio marcaste um tempo
Teu ronco bravo ainda mais audível
Delira o enamorado que corta o vento
És Opala como aquela preciosa
Pelo valor e estima que trouxeste
Só essa referência preguiçosa
Do passado-presente que envolveste
É um acelerar passivo que ouço
Cruzaste de lá por mim e por ele
Conduziu promessas de arcabouço
Peça que a vida pregou célere
Não tens vida, pai sou insano
Rodo confortável como menino
Que fui, embarcado em teu sonho
Que me fugiu só ainda "temprano"
Tristonho marcaste então meu hino
Por quê até o aroma proponho?
Ah, aquelas vestes de negro veludo
É macio e tenaz como a voz dele
Que trago no peito viva como escudo
Realidade louca que mantenho perene
De imensa traseira e os seis principais
Tuas portas se abram às vozes reais
Fiel, não mais ouvirei a terna homilia
Explico pelos laços eternos de familia
Ah, Opala, és o impossível de ferro
Ou reflexo do câmbio que enterro
Galhardo diplomata que enalteço
Este enfim teu novo endereço
Resgatamos-te da mão pesada da lei
Amor de irmão não mediu rompantes
Pelo teu suave girar iríamos ao além
Retornaremos jovens, despreocupantes
Triunfantes à terra dos sonhos sem desdém
Pelos simples ato da lira que jurei...
Gire a minha existência, daqui até Cabul
És pr´a sempre único... meu Opala azul...
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PELO DIA DO PROFESSOR RECOMENDO A LEITURA DE "O PROFESSOR"
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3486421
imagem: em N.S.Rita-RS, 17-12-2009.