Deitamos em vossos braços todas nossas angustias
Sorves nosso amor barganhado
E ao final do dia de nossa dor te fazemos culpado...
Damos a ti nossa tola confiança...
E na loucura de não saber o que queremos
Acumulamos tuas mãos com nossas fúteis esperanças...
De nossas responsabilidades és responsável...
Matamos e morremos...
Esquecemos a própria fé em ti
E a guerra, por conta de nossas paixões, promovemos...
Quando felizes, de ti corremos...
E somente quando multilados
Nas orações teu nome é mencionado...
-Ah Legião de filhos cegos e ingratos...
Olho a face do criador...
Tão triste e sozinho... Tão amargurado...
Nas mãos pesam a desfaçatez de nossa fé...
E o senhor da criação rasteja atrás das criaturas
Esmolando joelhos que se dobrem...
Esquece o próprio senhor do seu berço glorioso de amor...
Prisioneiro de seu trono, negociando em troca de louvor
Ferido em sua onipotência...
E nós que somos imagem e semelhança
Simplesmente não o amamos...
E a assinatura no livro da vida é apenas um contrato
Eternamente nos servirá...
Fazemos do Arquiteto simples escravo...
Olho os olhos de meu criador...
Perdido, vejo o verbo que na solidão do nada
Tal como o deitar de muitas águas dançava...
Imagem e semelhança nossa...
E o verbo se fez presente... ”Como ele sonhava!”
Mais uma vez debrucei em minha janela...
Ah! Constituição humana, tão soberana!
E Jeová mostrou-se nos olhos tristes de um mendigo
Que na minha rua, esquecido, para o nada marchava...