¿És seráfica?
¿Mas e a nossa história,
assim fica,
apenas em minha memória,
sem um final feliz?
Não é este o fim que eu quis.
Escrevi o começo.
Eu e minha alma,
durante o repouso de meu corpo,
várias noites vagueamos.
Como um encantado campador,
passeei pelo meio,
buscando compor
o mais sincero verso,
mas me trespassou a vida
como uma máquina gélida,
sem freio.
Se não querias,
começado não deverias.
¿O que eu fiz?
¿Onde eu errei?
¿Tudo até esta página foi errado?
¿Minha adâmica inocência
transformou-se em pecado?
Que éramos felizes eu acreditei,
naqueles tempos,
em nossos furtivos momentos.
Mas esta história não se concretizou
como houvera idealizado em meus pensamentos,
não ficou escrita a partir de minhas palavras,
não se desenrolou da forma que eu quis.
¿Eu provoquei tanto mal?!?!?!?
¿Coubera nosso amor em um único adeus?
¿Eu terei de entregar nossos sonhos a Deus?
A partir deste tropeço
buscarei encontrar um ponto final.
Eu vou rogar transcender
à esfera hominal
e instar ao sagrado uma luz,
um fanal.
Ela gira, gira, gira...
Esta nobre esfera não para,
o tempo não para.
¿Não sei se devo buscar Tonya
ou se devo buscar Lara?
Se os Santos quiseram assim
só resta resignar-me,
persignar-me.
E que este seja um recomeço,
com algum princípio,
um novo início,
o início do FIM.
(Poderão falar mal de mim. Poderão falar mal de meu livro, menos que ele não tenha "pé, nem cabeça", menos que ele não tenha "Começo", "Meio" e "Fim").
Interação da poetisa Marisa Costa:
Instante cheio de demoras o olhar fala...,
faxina as gavetas da alma...,
beleza extrapola trevas...
unja de poesia o início e final de cada dia...