"O POETA E O VIAJANTE"
Certa feita o poeta ao encontrar um viajante chorando
Humildemente perguntou:
- Por que choras meu jovem, qual o motivo do desengano,
O que te levou a tamanha dor?
Será que choras pelos embaraços da vida?
Pelas lembranças “esquecidas”?
Ou por alguém pelo qual se apaixonou?
Ou talvez por não conseguir cicatrizar a ferida
Da cruel traição de quem tanto amou?
Será que sente falta da amada? A companheira encantada?
A doce princesa do seu conto de fada,
Que impiedosamente disse adeus e te abandonou?
Seja qual for o motivo da frustração,
Saudade, ciúmes, ou solidão.
Levante-se e encare a vida com coragem
Arranque do teu peito essa maldita imagem
Que te mata aos poucos de paixão.
Tente peregrino! Dê uma chance ao coração. É importante lembrar
Que as lágrimas que você está derramando
De nada vão adiantar.
Que não vai expulsar da alma a solidão
Nem curar essa triste decepção
E nem tampouco, peregrino, vai fazer ela voltar.
O poeta fez uma pequena pausa.
E como o viajante nada respondeu.
Mais ainda o poeta se comoveu.
Envergonhado com o silencio do jovem, resolveu se retirar...
Apesar dos esforços, não teve jeito.
O pobre poeta, também começou a chorar.
Logo em seguida tomou a direção do vento.
E no infinito se perdeu.
O jovem viajante, com ar lívido, tentou-se levantar.
Quando viu que o poeta desapareceu,
Desesperado e com a mão tremula no peito
Começou a gritar: - Volte poeta... Volte por favor!!!
As minhas lágrimas não são de tristeza e nem de dor.
Poeta, eu choro de alegria e emoção.
É que não viverei mais na solidão.
Eu encontrei um novo amor.
Amor verdadeiro poeta.
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