(imagem Google)
Sorver da Sequidão
Sorvo as intempéries da terra que ansiosa tão só espera um acarinhar em talhos em vão, os desatinos que se aglomeram, mãos que rogam a clamar por chuva terna, elixir combatente das mazelas que se alastram em árido chão, as esperançosas secas cisternas que deprimidas ocas e sinceras evidenciam a desolação, as partidas que os magros cãos velam acompanhados da voraz solidão, as novenas a rogar que a insistente espera não endureça qualquer coração, os Mandacarus que espreitam as flores dispersas para despistar a conformação, a força mesclada à poeira austera dos combatentes montados alados dentro de um leal gibão, os olhares muitas vezes embaçados com o líquido do sofrer externado que não toca e nem nutre o chão, sorvo e em poética se revela o maltratar da mais que nua contemplação, sorvo o sentir do esperançar inato, eis o sorver da sequidão de um povo combatente nato, em uma pátria chamada Sertão.