Meu Engano... Minha Razão

Publicado por: Ricaeh
Data: 23/05/2012
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Créditos

Poesia Recitada Título: Meu engano... Minha razão Autora: Erica Ferraz Voz: Erica Ferraz
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
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Meu engano...Minha razão

Conheço

tudo sobre

o amor

porque

me engano

Meu coração

assim o é

E nesse

engano

encontro

a razão

Se assim

não fora

não importaria

viver...

e me

alimentar

da ilusão

que procuro

trazer à vida

Isto, sim

é viver!

E tentar

sobreviver

à vida

que em mim está

Prefiro

ver pilares

derrubados

...

Meu templo

em ruínas

...

E ressuscitar

meu corpo

morto

a cada dia

Mas

...

Ah...me render

à vida

é a última chance

que me dou

...

ou a peço

...

do meu próprio

retrospecto...

o inverso...

em cada verso

Preciso

do meu último

suspiro...

do último fôlego

...

para poder

engolir

essa saliva ácida

...

que eu insisto

em querer saborear

...

Reconstruo

minha cidade

Todos os pilares

estão lá

Nada foi

derrubado

Nada está

abalado

Não há ruínas

Meu templo

ainda está ali

Meu corpo

não ressuscitou

Eu não morrí

São tantos

ocasos

...

Ou talvez

nem faça contato...

Apenas ouço

o que nem

me chama

E me escuto

na minha

própria voz

...

Que mesmo

à sós

...

Dou-me

a conhecer

em versos,

palavras...

sem ao menos

entender

o porquê

Aliás,

por que*

Se me engano,

reconheço

meu proceder

Ora,

se reconheço,

não é mais

engano;

o engano já é

meu querer

Ou então

antes,

não o reconheceria

...

Onde está

minha verdade,

se o meu

reconhecimento

é vão*

Quem seria eu,

sem a razão*

Devo seguir leis

e doutrinas...

Devo ser o que

leio...o que li...

Então...

a razão não seria

por mim

reconhecida...

O que é a razão*

Se enquanto ser racional

devo dar à razão

a mim oferecida,

o reconhecimento*

...Que momento

de infortúnio

o meu viver...

Meu ser racional

não basta

à minha expectativa*

Nem diante

de minha própria vida*

Já está tudo

reconhecido, então*

Que tolice!

Como é vão...o meu viver...

Não posso ter razão

Por isso, me engano

Sim...

Quero desesperadamente

me enganar...

Não..Não devo esquecer

a vida!

Nem preciso

morrer tão cedo!

Sim...Quero o meio

O início é muito findo

...

E o fim ainda

não me trouxe

ao começo

Não tem nada de recomeço...

Ainda não o reconheço...

Há apenas a minha existência

no meio...

E...é aqui que eu quero estar...

Ah! Como quero!

Confortavelmente...me sentindo

um tanto desconfortável

neste plano existencial

a que me submeto

por aqui estar!

É lindo estar aqui!

Talvez,

assim...seja o começo...

O começo

que me trouxe aqui!

Se assim o reconheço

ou devo reconhecer...

Não sei...

Ainda não o reconheço...

Sim...Não reconheço nada...

Talvez não saiba...

Mas meu reconhecimento

não se presta

à banalização

do meu próprio entender

e capacidade de conhecer

Não sou banal!

Senão, de que me

valeria a vida*

E o meu livre

arbítrio*

De que me valeria

ser um ser racional*

Reconheço a mim mesma

Reconheço a minha própria razão

Reconheço meu próprio engano

Se me engano,

eu me reconheço

Logo,

meu reconhecimento

se adequa à razão

A razão

é o próprio

direito que tenho

ao engano...

Pois,

se me engano,

reconheço-me racional;

objeto do meu próprio

reconhecimento

Não...Não apenas leio

Eu crio

Eu acredito

Não invento

Eu vivo

A mim

já basta

o reconhecimento

do meu engano

Esta é minha razão.

Erica

Ricaeh
Enviado por Ricaeh em 17/09/2010
Código do texto: T2504454
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