PORTA DO CORAÇÃO (dê corda)

Wald Ferreira 2003/2012

Lembra aquela boneca?

Aquela, que a gente dá corda,

dá corda, dá corda, dá...

Pra ela um minuto dançar?

Então se lembre de mim

Que levado pela emoção

Deixo-me boneco ver

Mas me nego a boneco ser

Na porta do seu coração

Pedi que me desse corda

Pra continuar sorrindo,

Continuar tentando,

Continuar batendo,

Na porta do seu coração.

Escuta então o pedido meu.

-Peço só um favor,

ponha a mão,

na maçaneta dentro do peito

e abra almenos uma fresta

na porta do seu coração...

Ainda pela mesma fresta

Chute pra fora do peito

Esses resíduos e restos

De uma velha relação.

Não deixe que reste nada!

da porta pra dentro

do seu coração.

Agora dê corda, mais ainda...

Pronto. Verá que a faço sorrir gostoso

E pra um novo gostar se abrir.

Sossegue... irei entrando, devagar. Bem devagar...

Nenhum enleio

deve forte demais começar

Pra não enfraquecer no meio.

Assim como na relação...

Os beijos virão aos poucos...

E tantos tantos serão

Que vão aos poucos adentrar

A porta do seu coração.

sem pressa, ainda tenho corda...

essa porta vai se abrir

esses braços me acolher

meus lábios... os seus devorar

meu corpo, seu corpo cobrir

e do lado de dentro...

dessa porta

fundir-me todo no seu interior

saborear o seu sabor

desfrutar o seu calor, seu cheiro

e juntos daremos corda, por inteiro

mas, na nossa emoção

e cúmplices no amor e no prazer

fecharemos a porta

do seu coração.