X – Jegue ( ouça o áudio)

X – Jegue

Jorge Linhaça

Tem muito lanche igual

Por este mundão afora

Este é fora do normal

Parece inté surreal

Mas todo mundo adora

Tentaram comprar patente

( uma rede mundial )

Que tem um pão cum semente

Como marca recorrente

Dum tal big coisa e tal

Queriam levar u lanche

Pra passiá pelo mundo

Por um molho extravagante

Oferecerum um montante

Para o tal do Zé Raimundo

Mas o Zé num deu nem xite

Butou eles pra currê

-U meu lanche num é chique

Mas satisfaz o apetite

De quem vem aqui cumê

Já seus big coisa e tal

São só coisa engordativa

Propaganda de jornal

Em cadeia nacional

Com imagem chamativa

Tudo tem a mesma cara

E gosto de coisa alguma

Pior que cumê apara

De madeira ou braquiara

Daquela bem vagabunda

Meu X jegue é diferente

Quem prova sempre repete

Vem com queijo cualho quente

E enche o bucho da gente

Com ele o seu num compete

Quem já cumeu o X jegue

Carne macia e crocante

Cumer doutro não consegue

Não há quem não se apegue

Vem gente lá de distante

Do sertão ou da caatinga

Da chapada ou da cidade

Lá da serra ou da restinga

Com cerveja ou com pinga

Louvam sua qualidade

Vem gente inté du estrangêro

Pru X jegue cunhecê

Vô ganhanu meu dinhêro

C’oa fama no mundo intêro

E bem fiz por merecê

Feche lá sua algibeira

Este X jegue é cortesia

Acabô-se a brincadêra

Despois levante puêra

Vá pra ôtra freguesia.

Pra num mi chamá d’ingrato

E ir di mãos abanando

Vamos cá fazê um trato

O jingle deste meu prato

Você pode ir cantando

“ Jeguesburgers

Alfafa

queijo coalho especial

coentro e picles

pão redondo de aipim”

É o X Jegue!

Salvador, 11 de maio de 2102.