O louco
Invulnerável em seu coração frio,
graceja, chora, se transforma.
Imobilizado por um momento,
fica a imaginar.
Inconsciente do que faz,
cambaleia, finge-se morrer.
Por alguns instantes fica imobilizado,
sem prever sua próxima reação.
De repente encontra-se de pé,
olhando fixo a sua frente,
vê a imagem de um santo.
Temeroso por suas façanhas,
atira-se ao chão de joelhos,
adora o santo, pede perdão pelos seus pecados.
Olha intensamente para o santo,
e como que saturado por ele permanecer imóvel,
enche-se de uma fúria incontrolável,
atacando o santo, fazendo-o em pedaços.
Solta uma gargalhada histérica,
como regozijando-se de sua façanha.
Segue-se um silêncio de minutos.
Aniquilado por sua atitude, grita,
puxa seus cabelos com força,
e finalmente chora.
Por um instante fica a pensar,
buscando um jeito de solucionar o problema.
Sente que encontrou,
seu coração enche-se de alegria.
Procura impaciente o que acha como solução.
Veste-se com uma túnica branca,
e põe-se imóvel no lugar do santo.
Suporta com todas as forças que tem,
até sentir em seu íntimo o conforto.
Cansado, acha que pagou pelo seu erro.
Põe-se a caminhar olhando a sua volta indiferente,
chega até a janela, e vê o crepúsculo no horizonte.
Uma voz em seu íntimo lhe diz:
A noite já vem!
Abaixa as persianas,
joga seu corpo pesado no leito,
fecha os olhos e dorme...
( Esta poesia é uma obra de ficção )