NOS AZULEJOS
O dia morno, um céu sereno...
A luz difusa escorre em tênue imagem
Nas sombras se desenham silhuetas
Que vagam livres com intimidade
Pelas paredes passeiam formas
Que se aninham ou se isolam e partem
Outras se ocultam ao se agregarem à cena
Fantásticas!
Os painéis vivos se esfumaçam e somem
Novas figuras entrelaçadas pairam
Em meio à torrente de um jogo seráfico
Mais desenhos surgem desenfreados
Expondo súbito, alegorias enfáticas
Mágicas!
Ora dramáticas, ora pacíficas formas
As visões sucedem sem pausa
Traduzem, por certo, mensagens ocultas
Nas convulsas expressões de arte
Assim, desfilam pelos azulejos
Angústias, sonhos e realidades
Verdades!