Idas e vindas,
partidas e chegadas,
para lá e para cá
as palavras se cruzavam.
O caldeirão soltava fumaça,
tão quente que estava,
transbordando a sopa de letras
sobre o papel umedecido de ideias.
De caneta na mão,
o poeta dava vazão aos sentimentos
transformando em palavras
o que dizia o coração.
Do outro lado o leitor,
ávido por provar a sopa ainda fumegante
e superar sua fome alucinante,
de saber e sentir o sabor das palavras.
Era poetróloga, afinal.
Dependia da poesia para sobreviver.
Se não tivesse comida, não fazia mal.
Só lhe bastava um poema para ler!