Leve-me daqui (08-03-12)
Não quero e não preciso
Viver de transitoriedades
Leve-me já ao desconhecido
Ao mistério original da vida
Para junto daqueles que unicamente amei
Retire-me imediatamente da agonia
Desse eu, ou retiro-me sozinho
Do cenário das letras
Do cenário da educação
Ou dos signos simióticos
Que transpassam essa existência
Errante de genialidade, de originalidade
Dai-me novos sentidos, não sei a quem peço
Ou a que preço podem me ofertar
O mar, as velas, o barro, o estribo
O estribilho da mais bela canção
Leve-me ao mundo onde nós
Além do bem e do mal
Possamos estar a sós
E discutir o fim do lento vendaval...
Entrego, repito, a quem quer que seja
Ou que deseje compartilhar a dor
Pare enquanto é tempo aqui está a bandeja
Que serve frio e insípido o prato sem sabor...