Degustando a minha sombra de delírios ambivalentes,
Sinto o amargo do fel que desce na minha língua suja,
Onde esta já percorreu os labirintos desses inocentes.
De todas as horas impúdicas cravadas como pregos,
Usados pelo meu espectro nas suas almas carentes,
Derramo meu veneno errante nos seus corpos cegos.
Eu tento, mas não consigo me livrar dessa peçonha,
Onde a vida me enterrou sua grande espada do mal,
Abrigando-se em mim o profundo poço da vergonha.
Existe um ser mendigando a carne dentro de mim,
Castigo do destino que me leva do céu ao inferno,
E nos quais eu sou recebido pelo mesmo serafim.
Fui uma criatura boa que infelizmente ficou assim,
E mesmo que não me faça entender pelo trauma,
Não perdoarei jamais esta pessoa até o seu fim.
Fez-me de menino, virar-me em uma serpente alada
Com a cara de anjo, mas muito mais que desprezível.
Cruz que marca minha vida nesta porta amaldiçoada.