MINHA ALMA

              Minha alma nunca foi tão minha.
              Pedi-a a mim mesma
              e me consenti pulsar a vida
              que antes sufocada
              no breu do dia cria que vivia.
             
              Minha alma nunca foi tão minha.
              O que me importa é cuidá-la,
              agora que as feridas já não 
              doem uivantes noite adentro,
              nem a visão  se me turva.
               
              Agora que a tenho posso ver Deus
              sem estar na condição de pedinte,
              rugiente, ululante, regougante,
              rota em panos de sacos,
              porque, enfim, posso ser semelhante.
              Minha alma nunca foi tão minha!
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 07/05/2007
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T477890
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