Sinto a voz pairada no vento
Perante os altos labores colhidos,
Diante deste ávido movimento
Ouço o tilintar do mundo sofrido.
Mitos aspiram ao néctar d'alma
Refazendo todo este sofrer,
Subestimando aquilo que falta
No seu ilustre caminho do viver.
Sabes mais que o desejo é outro
Corrido que se faz tão pouco,
Alimentando esse espírito regado
Num tempo altamente determinado.
Áspides defronte essa semente
Que calcula o valor dessa gente,
Aos sonhados temores falados
Conspira esse labor desgostado.
Instrumento ativo na desolação
Sombras que desapegam o coração,
Nesse arredio em total desordem
Seus altos segredos se consomem.