[De Olhos Vendados...]

Publicado por: Carlos Rodolfo Stopa
Data: 13/07/2011
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Autor e voz: Carlos Rodolfo Stopa
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

[De Olhos Vendados...]

Ah, cegar-me... assim,

ao sol de inverno,

pisar na terra nua e fria,

e cegar-me, ficar tonto de luz,

e desorientar-me ainda mais...

Cegar-me... assim,

ao sol morno desses dias,

até que a razão se esfume,

e o meu desejo de ti não mais

encontre barreiras fúteis...

Cegar-me... assim,

ao sentir em meus olhos os teus dedos

tirando-me a visão dos entornos,

mas trazendo até os meus lábios,

o gosto molhado, quente, o almíscar

do teu sexo encharcado de desejo.

E de olhos vendados, perder-me

na calmaria das tardes de inverno,

esquecer-me em [nossos] devaneios...

Deixar o maravilhoso corpo alado do amor

cursar a distância do infinito azul, voar enfim,

sobre os montes, os rios, as estradas...

Ao amanhecer, os lençóis revoltos,

o quarto em desordem, algum vinho

ainda restante nas taças deixadas no chão,

os teus cabelos espalhados no travesseiro,

e o nosso cheiro impregnado nas mãos,

na boca, no peito... onde mais...

[Antes, eras só um sonho ligeiro...

mas agora, eu acordei — és um devaneio!

Se cada vez mais tu me acostumas a ti,

tu me vicias em ti, como não te devanear?]

[Penas do Desterro, 13 de julho de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3091858
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