Infida a tua doce negritude,
Estende teus braços de pilastra
Sobre o ombro do poeta que chora,
Que Sussurra, aos acordes de tua brandura.
Estende tuas ruas aos meus pés extenuados,
Chora comigo Amiga; eternamente...
Sopra-me um soneto, docemente,
Sem quimera; sem disfarce.
Guia-me casto de generosos sonhos, beija-me a tez;
Embala-me, qual um belo infante.
Deixa-me penetrar na tua exatidão,
Na tua fímbria despojada e perene.
Infinda e negra madrugada...
Amo tuas mulheres, tuas artimanhas,
Tuas vozes vorazes e cortantes
Nas mesas de teus bares, onde andares,
Nos rostos embriagados e anônimos.
Alastra-me no teu dorso,
Como seiva gotejante,
Como homem profeta,
Como poeta das tuas histórias,
Como amante dos desejos que guardas.
Leva-me, ó madrugada,
Infinitamente nos teus braços...