No desnorteio de pairar inebriado
em tua sombra que me veste toda a essência,
eu me serpeio a misturar-me no teu fado,
enlouquecido delirando em dissolvência.
Em teu olhar, a chama em vela do segredo...
Eu me desvendo em tua rima de assonância...
Nas tuas coisas vivo meu feliz degredo...
Fixo em meu corpo tua vívida substância...
E vou voando pelas vagas de tua aura,
vou lapidando em mim a graça que se instaura,
enquanto bordas no destino que te dei.
Mas na viagem do meu sonho em teus tesouros,
ah, conheci, de ti, sombrios logradouros.
E ao desnudar-te a humanidade, eu acordei.