Fui sabendo de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando aquém do passo que nunca ousei
eu vi a natureza morta e soube que mentia
Que a única vingança ou o perdão: É o esquecimento.
Sou Rosa profunda que de errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo este véu distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém. Um esquecimento, um eco, um nada.
imprecisos rostos mentidos nas páginas
antigas de ruídos cujas emoções são palavras
Somos a legenda mal recortada da neblina opaca
A imperfeição exata do que amanhã seremos
Um risco em que ergue-se a lâmina
Quem somos, senão o que imperfeitamente desejamos ser?