Vou me entregar, estilhaçado, aos cataclismos
destas lembranças tuas, que ardem tão pungentes
e me atirar de alma sangrando nos abismos,
nos densos mares das saudades inclementes.
Desfolho meu passado, o comem mil lepismas,
tento bani-los, mas me frustram tal intento,
sou impotente frente ao bruto assolamento,
folha por folha, carcomidas, aleurismas.
Que falta eu sinto dos teus ares redolentes,
que me trouxeram tantas pazes sorridentes
naquele nosso entrelaçar de sóis, carismas.
Só é viável meu viver no alumbramento
de dividir contigo a luz; senão, visguento,
vou me arrastando aos lodaçais dos pessimismos.