LIA
Os olhos de Lia só não os amava
Quem não os via
Com aquela luz de alegria
Reluzindo no dia
As mãos de Lia
Os trejeitos de Lia
Os ares de Lia
Não amá-la, quem ousaria?
As pernas de Lia,
Como ela fazia?
Peso, ginástica, corria?
Quem adivinharia...
Não existe quem, ao vê-la,
Não diria: que coisa mais linda!
Ela nem olharia, distraída
Ciente de que a todos atraia.
As palavras de Lia
Quem não as ouvia?
Brotavam sonhos, filosofia
Dos lábios de Lia:
Destruíam teorias.
Eu nunca sabia se olhava
Sua boca que falava
Se amava seus olhos que sorriam
Assim era Lia:
não tinha quem não a via.