Os limites da cidade anunciam
o inverno.
A neve alva começa a chegar,
no prenuncio dos dias curtos.
Mas longa é a espera...
Espero você.
Não se vê mais as montanhas
num lance breve, perdeu-se
no brancor da neve.
Seus passos encobertos estão.
Espero ainda.
Madrugada afora,
ventos uivantes rasgam
o céu.
Adormeço esperando
por alguém que não mais virá...
Só... nos arrebaldes da cidade fria
ânsia, agonia
sem calor,
sem você,
sem poesia...
16/06/2001* EL CALAFATE – PATAGONIA
ANTOLOGIAS ESQUECIDAS