Ah, agora devo me calar...
e, talvez, nunca mais falar.
Das coisas que eu calo...
Calo por não te encontrar.
Queria tanto ser um cristal
que rebrilha a luz que chega,
em vários focos diferentes,
para te encantar docemente.
Ah, ser um cristal bonito e
encostar no teu sem quebrar,
como um brinde a felicidade
que eu quero tanto te dar.
Queria tanto ser o farol
que alumia o teu olhar,
em qualquer viço idade,
um encontro pela cidade.
Ah, agora devo me calar...
e, talvez, nunca mais falar.
Das coisas que eu calo...
Calo por não te encontrar.
Ainda tenho água na boca
dos beijos que não te dei
e não sei se eu vou te dar.
Ainda sinto o teu calor
na mão que não peguei
durante uma caminhada.
Ainda sinto no rosto o rubor
que colore de timidez ímpar
essa taquicardia despertada.