CARTA AO REI DE PORTUGAL
Colombo amassou o ovo
Cabral o colocou de pé
Aos pés da cruz
Diante da nudez do pajé
Em pleno dia de luz
Frei Henrique disse missa em latim
Ofertou pão e vinho
O índio distribuiu cauim
Julgando ser uma ilhazinha
Adentrando pela floresta
Pero Vaz Caminha
Analisando tal descoberta
Vasculhando todas as riquezas
Faz um retrato falado
Das matas montes e serras
Na carta Escrita ao rei
Da recém empossada terra
Majestade riqueza maior não há
A extensão exata não sabe
Mas correu tudo certinho
Cumprindo vossas ordens
Fingimos errar o caminho
Fizemos boa viagem
Fincamos aqui uma cruz
Em plena luz dia
Sobre os olhares selvagens
Parece-me truque de magia
Tudo aqui é natureza
No solo em si plantado tudo dá
Estou no mundo da lua
Mulher pelada pra daná
Liberdade descontração e beleza
Solo fértil clima fenomenal
Cheio de mulheres nuas
Até falei para o Cabral
Sinto não levar conosco
O navio cheio pra Portugal
Direto para Lisboa
Ilustrar suas ruas
Com tanta mulher boa.