" O GRITO "
Não entendo o resíduo que exala de mim.
O porquê da beleza das flores.
E os tantos amores...
Não entendo o motivo do fim.
Sou assim, enfim, quem não é?
Sou louco por um troco qualquer.
Fantasia qualquer... Um simples qualquer.
E quem não é?
Não é mesmo?
Vivemos a esmo, esmolando chamegos.
Gritando para ouvidos mudos.
O entender está trancado...
Os corações todos corrompidos.
Mesmo daqueles que se dizem castos.
O mundo é profano.
Movido a petróleo e urânio.
Pessoas se vendem por pouco.
Outras matam por menos ainda.
Ainda que isso lhes renda uma cela.
Cana de uns seis anos, e se for muito.
Tudo é comprável, tudo é invisível.
Os sonhos se esvaem antes de os pegarmos.
Não há eternos... Não há completos...