Oia sô moço parriba no azur du Céu
Aquela berezura paricida cum véu
É ua garça branca avuano livre no à
Vêio mode fazê ieu mexê calembrança e recordà
Cuando vejo seu monobrado de asa
Quais morro de sardade dos povos La de casa
Nossa casinha donde nois morava
Tinha quais nada sóqui amô num fartava
Pirtim do rio picão rudiado dos brejais
Donde ieu brincava inté num podemais
Cus mininu da vizinhança primo tomem
Correno nas vage pescano iventado cadas trem
A canela breiada daquere barro argilôso
Asfruta dos matos gabiroba bacupari tudim gostoso
Qui nois cumia correno atrais dos passarim
Iscuitano ês na canturia bunita nas moitas de capim
Vêis inquandu nois atrais das moitas sortava um grito
Só mode vê a brancura das garças manchano o azur infinito
Esse tempo mudô ieu sei qui num vorta mais
Inté as garça tomem mudô sumiu daquês brejais
Ma as recodação essa num acaba não
Fica aqui martelano pru dento do peito no coração
Mais o qui sse pode fazê nessa maluca currida
A nun cê ficá alembrano destempo bão davida
Inté os vento assoprano o contraro do passarinho avuano
Na peleja da garça branca nu mei dere suas asas manobano
Os bandos arruchiado das rulinha cardo de feijão
Nas noites de temporá qui fazia inté a terra tremê cus truvão
Tudo isso fais sardade fais a gente recordá num tem jeito
Mexe vira viramexe tem mucado disso rimueno dento do meu peito!