Cai a tarde e a brisa acaricia
as pequenas roseiras do jardim.
Eu espero o crepúsculo do dia,
mas o dia parece não ter fim.
Já se vê que carrego a solidão
como quem leva o peso do universo;
acredito que a dor do coração
adormece ao embalo do meu verso.
Quero lábios tocando a minha boca,
quero dedos tocando a minha mão,
quero mais... que uma vida é muito pouca
pro tamanho da minha solidão.
Faz de mim, nessa tarde, teu amigo,
que amanhã eu serei esquecimento.
Deixa hoje um pedaço teu comigo,
que eu transformo em eterno este momento.
São Paulo, 6 de dezembro de 2010, às 16h