Camaleoa

Tu, mulher, que te transformas

como se fosses milhares

em tantas cores e formas

atemporais, seculares:

Guerreiras ou trapezistas,

odaliscas de além-mares,

sacerdotisas e artistas

vindas de tantos lugares...

Cismo que ao seres tantas

a todas tu desmascares:

multiforme, te agigantas,

te escondes ao te mostrares.

Não há como desenhar-te,

porém quanto mais brilhares

mais te vestirás de arte,

despindo-te nos altares...

Ah! serás mulher todinha

quanto menos mulher fores...

Nasceste pra ser rainha

e os demais — meros atores!

São Paulo, 13 de dezembro de 2006 (18h10)