Quando geme uma guitarra em busca de algum consolo é um payador bem crioulo numa payada se agarra da fundamento na farra o verso do payador criando rimas de flor que saltam pela garganta é a hora em que o poeta canta tantas dedilhas de amor
Canta humorismo e cultura no mesmo estilo campeiro é um pajé missioneiro pras forças de benzedura todo o mal tem a cura no momento que ele canta produz na sua garganta a chucra benção sonora o doente sara na hora até o defunto levanta
Ele é pau pra toda a obra no palácio ou no galpão desempenhando a função com competência de sobra o seu crânio se desdobra criando rimas na hora como quem firma uma espora num clinudo corcoviando e um verso chucro escarciando salta da goela pra fora
O payador é um poeta sem querer ser literário ele reza seu rosário ele traça sua meta já ateia na cancha reta conversa ate ficar rouco tem cousas de santo e louco em pingo d'água da nó a verdade é uma só conhece de tudo um pouco
Quem tem alma se arrepia e o sentimento se acorda e o payador se transborda num dilúvio de poesia todo seu ser erradia como alguém que se completa de leigo vira profeta na mais campeira oração rezada pela emoção que exala o verso do poeta
Sabe a sanga que é profunda e a casa que tem goteira o chão que nasce roseira conhece a terra fecunda a chuvarada que imunda percebe ao mudar o clima cria no verso obra prima pois conhece toda a lida na faculdade da vida é pos graduado na rima
Neste Rio Grande existe este poeta cantor um gaúcho payador que canta alegre e triste que tempo a fora persiste na deslumbrante magia que se ilumina e irradia temperado em qualquer clima textura expressão e rima com emoção na alma e poesia
A querência se ilumina e o payador se agiganta se desprende da garganta um verso de toda a clina viva! A América latina nosso garrão do hemisfério este crioulo mistério ninguém desvenda e nem racha viva ! O torrão da bombacha terra natal do gaudério
Sou payador de um verso entre realidade e lenda só que conhece desvenda a sutileza de um verso e o índio que anda disperso fazendo rimas por graça e o picumã da fumaça que entranha no santa fé como a alma de Sepé melando a estirpe da raça
E assim... é um payador que vai sangrando este chão com versos de inspiração que mexe dentro da alma que aos poucos se espalma como quem faz um pedido não se façam de esquecido manter viva a tradição meu verso é fogo em brasão cantando meu PAGO QUERIDO.
(Payador palavra de origem espanhola que significa escrever e recitar de improviso versos em décimas perfeitas)
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