((_POETA DA ROSAS_))

Publicado por: Fernanda Mothé Pipas
Data: 21/11/2010

Créditos

TEXTO E VOZ: DAMA DA POESIA
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POETAS DAS ROSAS


Um corpo de cetim translúcido no verbo
um espiral de seda de todas as mãos
na chama branca da água.
É a memória do poeta na poesia imaculada
apenas um poente vermelho
uma seiva ácida sobre o urro da sombra.
Ainda mais subterrâneo é a flor do alecrim prematuro
E não tardarão as papoulas reflorindo o seu vermelho
É a vida, a primavera!
Reinventando poemas , vivo sempre mais do que escrevo
A poesia fica de fora das coisas
nos seus lábios doces e fecundos
No mais, todas as estrelas
estão presas em sonhos infinitos
E eu verterei milhões lágrimas,
como um tecido veste o corpo, por dentro.
Fora a poesia, uma tábua rasa dos dias,
nas palavras compridas de cor...
Vejo o mar e desejo mais que o sal
quero um frasco de vidro cheio de céu
porque o céu somos nós que o criámos há muito tempo
quando choramos, quando amamos...
com ventos de teias cinzentas de janelas
Acredite, tudo é anónimo no amor, na paixão
feitos de contradições, de cores inimigas
Eu tenho os olhos cheios de um mar
no vértice de um pêndulo
como se pudesse a alma estar sempre assim tão perto.
Esse silêncio eu não esqueço
repetir-te no gesto os futuros verbos: as tuas rosas.
 
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 20/11/2010
Código do texto: T2625715
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