Quero me apaixonar
E como nunca
Sentir
O frenesi
Intenso
Como deve ser
E como sempre
Quero degustar a sensação
De um amor que se sobreponha às raias do entendimento
Que guarneça a alma
E traga consigo o brilho
Ao corpo
O viço da felicidade
Que não evapora com o suspiro de uma rusga lúdica.
Quero um amor maduro
Colhido à sombra da maturidade;
Aquele que sobra na face
E na boca escorre
Cobrindo a reboque todo o corpo.
Um amor que acaricia
Que apimenta a vida
No olhar
Desperta o devaneio desconhecido
Um amor que envolve
E na sua volúpia, revolve
Tudo!
Por dentro e por fora
Espírito e matéria
Plenos e preenchidos
Em êxtase e emoção.
Quero amar como nunca
Um amor sem pré
E sem conceito
Inominado pela diferença
Que arde e cura
Que reflete em dois
E faz sombra de um só
Que causa arritmia
Mas não mata, harmoniza
Frutifica
Fluidifica
Traduzindo o calor da carne
E a consciência plena da mente
Na fusão geométrica das diferenças.
Quero um amor único
Amor que só é cruel na cama
Que faz chorar de felicidade
Que dói de saudade
Que mostra o derradeiro caminho para o fim mais esperado
A causa e a consequência
A água e o pão.
Quero um amor que exale
Que por dois se propague
E pelos dois se derrame
Amor que se entrega
Seduz e carrega
Mais que ternura e atração
Mais que desejo e penetração
Amor sutil e dominante
Lúdico e vigoroso
Sem estereótipo
Que não feri, conduz
Ao equilíbrio
À plenitude
Amor inimaginável
Amor sem precedentes.