Teu verdadeiro olhar
Havia algo naquele olhar azul,
misterioso perfume de uma flor qualquer,
olhos frios e sombrios como o vento do sul,
vestidos da sensual tirania de uma mulher.
Chegou e sobrepôs a este apaixonado,
não sei se adormecida noutra dimensão,
mas alma não tinha que houvesse chegado,
ou se voltado, a este a triste decepção.
Batia sem eco esta vida que ansiava por ti,
era minha, perdida no labirinto da paixão,
não era você a aurora que gelada eu vi,
não eram teus olhos aqueles sem compaixão.
Pois embora o tempo, os sinos da melancolia,
esperava sequioso, a tua luz sobre este chegar,
tens nas curvas do olhar traços de toda a utopia,
toda, que um homem apaixonado é capaz de sonhar.
Não, não era você naquele olhar!