AO TEU QUILATE, TODO O MEU DESPUDOR

Publicado por: Marcelo Nazário
Data: 19/10/2010

Créditos

Título: AO TEU QUILATE, TODO O MEU DESPUDOR Texto: Marcelo Nazário Voz da Apresentação: Wanda Rabello Voz da Interpretação: Odair Silveira (DJ Baco) Trilha Sonora: The Sky Is Crying, com Gary Moore Edição de Som: Wanda Rabello Colaboração Preciosa de Gennaro Vela Agradecimentos: Grace Fares, Odair Silveira e Wanda Rabello (Equipe Dom em Vozes)
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
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AO TEU QUILATE, TODO O MEU DESPUDOR

Quando teus olhos aflitos me passeiam

E tua boca irrequieta se contorce

Ávida por ser preenchida;

Quando tua língua outrora escondida

Liberta um gemido irresignado,

E desliza lentamente sobre lábios sobremaneira mordidos

Fremidos pelo arquejo que te toma;

Quando tuas mãos desnorteadas mais e mais se embaralham

Se lanham, se perturbam

Cravando tuas garras vorazes sobre a própria carne úmida;

E a angústia corrói o teu ventre carente

Como se a lâmina infame do pecado majorasse uma tortura sem fim;

O teu silêncio inquietante me implora.

E como se fosse o meu derradeiro dia

Todo meu ímpeto te é conferido;

Ao teu quilate, todo o meu despudor

Onde a tua fome encontra guarida

Teus olhos se contraem

E tua face sorri da dor.

Faço do champanhe meu aliado no vício do teu consumo;

Escorro pelo teu corpo

E pela tua nuca

Desço entalhando tua pele melada

À espera do fluido que se oferece

Pingando caudaloso e borbulhante na minha boca.

O céu cor de rosa senta-me à face;

Os ecos do prazer estremecem teu corpo entregue

Gravando tuas digitais mais íntimas na minha língua

Como num conto de damas

Como se a luz vermelha da saliência quedasse eternamente púrpura.

Tua carne é minha

Todos os teus lábios são meus

Tua cama sou eu

Nessa minissérie de alcova.

Se tua lua controla minha maré

Somos pilha de corpos celestes num encaixe personalizado

Perlage que protubera na profundidade que me lanço

Sob os teus clamores

E por teus calores;

Peso sobre o teu corpo

Avolumando a tua palpitação

Ao sabor de um oceano sem fim

Do teu patente regozijo,

Um verdadeiro oceano de mim.

Marcelo Nazário
Enviado por Marcelo Nazário em 17/06/2010
Reeditado em 09/03/2018
Código do texto: T2325757
Classificação de conteúdo: restrito
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