Sinto-me leve, muito leve.
Meus olhos não vem,
Minha boca não fala,
Meu corpo não se mexe
E nem os meus ouvidos ouvem.
Tão pouco me preocupa,
Pois meu inconsciente não se oculta de mim.
E mesmo não tendo nada,
Não sentindo nada,
Acho-me livre.
Fecho meus olhos,
Pois se os deixo abertos
me abre um desespero
de ver que não posso ver.
Ao fechá-los imagino um mundo,
Que se renova a cada pensamento.
Eu o formo, eu o crio,
Eu sou o único Deus que paira dentro.
No meu mundo não há guerras e
Nem sofrimentos.
No meu mundo habita a paz
E muito contentamento.
Paro de pensar, pois me bate um sono.
Sem abrir os olhos deito sobre meu peito.
Já é tarde, penso eu...
Logo me vem na memória
Uma longa história
De um tio meu, distante, que veio em busca da esperança, cheio de lembrança do velho mundo seu.
Um mundo muito longe,
Que passa pelo céu e pelas estrelas.
Um mundo colorido, como o arco íris,
E belo como a rosa ao amanhecer.
Sem me dar conta,
Vejo-me sonhando.
Minha imaginação sai pairando se quer pela melancolia da vida.
Tento-me esquecer da tristeza, dos problemas... mas como que me enganasse a mim mesmo.
Volto então a ver o mundo, o meu mundo.
Nesse meu mundo,
Eu posso falar.
Nesse meu mundo,
Eu posso ouvir.
Nesse meu mundo,
Eu posso me mexer.
Nesse meu mundo,
Eu posso ver.
Nesse meu mundo,
Eu posso ser o que eu quiser.
Meu mundo é diferente,
Meu mundo não existe.
No meu mundo só cabe a mim julgar.
O meu mundo é só meu e ninguém pode entrar.
Nesse mundo eu sou feliz,
Nesse mundo eu vivo.
Vivo como um ser humano e não como um vegetal descansando.
No mundo da imaginação
Eu posso viver como eu quero.
Sou feliz por poder sonhar...