ONDE NÃO MORA NINGUÉM.

Publicado por: aldemaralves
Data: 04/10/2010

Créditos

TEXTO: ONDE NÃO MORA NINGUÉM. AUTOR: Aldemar Alves de Almeida. Intérprete: Aldemar Alves de Almeida.

ONDE NÃO MORA NINGUÉM.

ONDE NÃO MORA NINGUÉM.

Do livro:

GARANHUNS, TERRA DAS FLORES,

DE AMOR, DE PAZ E FRIO.

DA CASINHA ONDE MOREI

NO MEU TEMPO DE CRIANÇA

HOJE SÓ RESTA A LEMBRANÇA

DO TEMPO BOM QUE PASSEI.

ESSE ANO EU VISITEI

MEU RANCHO VELHO QUERIDO

MAS FIQUEI MUITO SENTIDO

COM TANTO ESTRAGO QUE VI

E PRA SOFRER O QUE SOFRI

ERA MELHOR NÃO TER IDO.

NÃO VI O FOGÃO DE BRASA

NEM A BOCA DO BOEIRO

POR ONDE PASSAVA O CHEIRO

DO CAFÉ TORRADO EM CASA.

AQUELE BULE SEM ASA

QUE ACHEI NO PÉ DO MURO

COSINHAVA O LEITE PURO

DA MINHA VACA PINTADA

DE QUEM SÓ RESTA A OSSADA

LÁ NO FINAL DO MONTURO.

É GRANDE A RECORDAÇÃO

DAS FESTAS QUE EU FAZIA

ATÉ O RAIAR DO DIA

NAS NOITES DE SÃO JOÃO.

AQUELE VELHO SALÃO

QUE HOJE ESTÁ SEM AS TELHAS

ACOMODAVA AS PARELHAS

DANÇANDO SAMBA DE RODA

E HOJE SÓ ACOMODA

AQUELE ENXAME DE ABELHAS.

CASA VELHA, VELHA AMIGA

QUE FOI TÃO BONITA UM DIA

PALCO DE TANTA ALEGRIA

HOJE O TEMPO TE CASTIGA.

VOCÊ HOJE NÃO ABRIGA

O IDEAL DE UM SONHADOR

NEM OS MURMÚRIOS DE AMOR

QUE OUVIA ANTIGAMENTE

ABRIGAS UNICAMENTE

SAUDADES DE UM MORADOR.

NA PORTA TEM UM BATENTE

COMIDO PELO CUPIM

PRA MOSTRAR O QUANTO É RUIM

CASA QUE NÃO MORA GENTE.

TEM UM ESTEIO NA FRENTE

QUE ANDA CAI-MAS-NÃO-CAI

JÁ TEM UM RACHÃO QUE VAI

ARRANCANDO DA PAREFDE

O GANCHO DA VELHA REDE

ONDE DORMIA MEU PAI.

É TRISTE VER UMA CASA

SEM UM TOQUE FEMININO

SEM O CHORO DE UM MENINO

QUANDO O SEU MINGAU ATRASA.

NÃO TEM UM PREÁ NA BRASA

NEM O CHEIRO DE UM CUSCUZ

NÃO SE COLOCA UMA CRUZ

PENDURADA NA JANELA

NÃO TEM ROSÁRIO NEM VELA

NEM UM QUADRO COM JESUS.

TÃO LINDA QUE ELA ERA

FOI UM LAR DOCE E AMIGO

DEU PRAZER E DEU ABRIGO

DO INVERNO Á PRIMAVERA.

HOJE SEU NOME É TAPERA

CASEBRE, ESCOMBRO OU RUÍNA

OUVINDO COMO ROTINA

NO SEU TRISTE INTERIOR

O GRITO AMARGO DA DOR

QUE HOJE É SUA INQUILINA.

VELHOS TEMPOS DE FARTURA

DE QUADROS PELA PAREDE

DE CAMA POLTRONA E REDE

TODO ANO UMA PINTURA.

O CHEIRO BOM DE FRITURA

NA CHAMINÉ DA COZINHA

TANTA ALEGRIA QUE TINHA

MAS O TEMPO NÃO PERDOA

ESTÁ IGUAL A PESSOA

VELHA, DOENTE E SOZINHA.

DAQUELA VELHA CALÇADA

O SOPRO DA VENTANIA

CARREGOU A POESIA

QUE EU FIZ PRA MINHA AMADA.

E A LUA PRATEADA

OUVIU NO VELHO TERRAÇO

O MEU GEMIDO DEVASSO

FILHO DE UM AMOR TÃO LINDO

QUE HOJE ESTÁ SE ESVAINDO

NA VASTIDÃO DO ESPAÇO.

TANTO PRAZER, TANTO ORGULHO

TANTAS HORAS DE ALEGRIA

NO QUARTO QUE EU DORMIA

E HOJE SÓ TEM ENTULHO.

EU IMAGINO O BARULHO

QUE O TELHADO FAZIA!

CADA TELHA QUE CAIA

EXPULSAVA UM PEDACINHO

DOS MOMENTOS DE CARINHO

QUE AQUELE QUARTO ESCONDIA.

NUMA NOITE DE VERÃO

NAQUELA VELHA CALÇADA

VENDO A LUA PRATEADA

FIZ UMA LINDA CANÇÃO.

O SOM DO MEU VIOLÃO

A SE EXPANDIR CONTINUA

E ATÉ HOJE FLUTUA

NA IMENSIDÃO DO ESPAÇO

CONDUZINDO O MEU ABRAÇO

DE GRATIDÃO PARA A LUA.

AQUELE ANTIGO JARDIM

TRATEI COM IMENSO ORGULHO

HOJE SÓ TEM PEDREGULHO

AS PLANTAS LEVARAM FIM.

O TEMPO LEVOU DE MIM

COM SUAS MÃOS CRIMINOSAS

AS PLANTINHAS TÃO VIÇOSAS

DE UM COLORIDO TÃO LINDO

ONDE EU SENTIA SORRINDO

O CHEIRO DE MINHAS ROSAS.

DÁ DESGOSTO UM AMBIENTE

QUE NÃO TEM UMA VIOLA

UM CANÁRIO NA GAIOLA

NEM UM CANTEIRO NA FRENTE.

NA CASA QUE NÃO TEM GENTE

TODA ALEGRIA TÁ MORTA

NÃO TEM FRUTEIRA NA HORTA

NO TELHADO CRESCE MATO

E UM DIABO DUM CANDIDATO

PÔE SEU RETRATO NA PORTA.

ATÉ NAS CASAS EXISTE

UM DESTINO DIFERENTE

TEM UMA BEM ATRAENTE

E OUTRA QUE É TÃO TRISTE.

TEM UMA QUE NÃO RESISTE

O DESPREZO DE ALGUÉM

TEM OUTRA QUE SE MANTÉM

A VIDA TODA HABITADA

E TEM A POBRE COITADA

ONDE NÃO MORA NINGUÉM.

ONDE NÃO MORA NINGUÉM

A TRISTEZA DÁ UM GRITO

DESCE UM GEMIDO ESQUISITO

LÁ DAS BANDAS DO ALÉM.

CASA VELHA NÃO MANTÉM

A VOZ DE SEUS HABITANTES

PRA LUGARES BEM DISTANTES

QUANDO A PAREDE RACHAVA

PELAS BRECHAS ESCAPAVA

TODA CONVERSA DE ANTES.

NA CASA SEM MORADOR

NÃO TEM UMA ZELADORA

NÃO TEM RODO NEM VASSOURA

FLANELA E ASPIRADOR.

NÃO EXISTE ESPANADOR

NEM SABÃO NEM DETERGENTE

BUCHA, BOMBRIL, REPELENTE

BOM-AR NEM DESINFETANTE

A CASA SEM HABITANTE

TEM CATINGA PERMANENTE.

TEM CASA MUITO BONITA

QUE NÃO TEM SERENIDADE

SÓ TRAZ INFELICIDADE

TRAZ O ÓDIO E A DESDITA.

TEM MANSÃO QUE É MALDITA

COM TODO SEU ESPLENDOR

NÃO TEM UM PINGO DO AMOR

DA GRAÇA E DA POESIA

DUMA SIMPLES ESTREBARIA

ONDE NASCEU O SENHOR.

NA CASA QUE NINGUÉM MORA

NÃO TEM CRUZ NEM ORAÇÃO

NÃO TEM MAIS FASCINAÇÃO

ENTARDECER NEM AURORA.

O DESPREZO LHE DEVORA

INVADINDO A PARTE INTERNA

NO CHÃO SE CRIA CAVERNA

ONDE NASCE O MAL-ASSOMBRO

E NO PÓ DO SEU ESCOMBRO

SÓ A SAUDADE É ETERNA.

NA CASA QUE MORA GENTE

UMA PATATIVA ESTALA

UM GRILO CANTA NA SALA

BERRA UM CABRITO NA FRENTE.

UM BODE NOVO CARENTE

ATRÁS DA CABRA BODEJA

UM PAPAGÁIO GAGUEJA

UM PALAVRÃO ESCORREGA

UM GATO MAGRO SE ESFREGA

NAS PERNAS DA SERTANEJA.

NA CASA QUE NINGUÉM MORA

NÃO TEM BAQUE NO FOGÃO

NEM BATUQUE NO PILÃO

NEM XERÉM FEITO NA HORA.

QUANDO O DONO VAI EMBORA

TUDO DE BOM TAMBÉM VAI

DALI AGORA NÃO SAI

MAIS UM VERSO DE REPENTE

CASA QUE NÃO MORA GENTE

SÓ DÁ CERTO QUANDO CAI.

ONDE MORA UMA FAMÍLIA

O BARULHO É ABUNDANTE

O VENTO SOPRA DISTANTE

O SOM DO RÁDIO DE PILHA.

A MÃE GRITA COM A FILHA

CAI UM BULE QUEBRA A ASA

VAI MORRER LONGE DE CASA

O ABOIO DUM VAQUEIRO

O GATO MIA NO CHEIRO

DA TRIPA ASSANDO NA BRASA.

NA CASA DESABITADA

O PISO SOFRE UM ABALO

A PORTA DÁ UM ESTALO

NA DOBRADIÇA EMPERRADA.

SÓ SE VER RIPA QUEBRADA

BURACO NA CUMEEIRA

CASA DE CARANGUEJEIRA

DE ARANHA E DE FORMIGA

COITADA DA CASA ANTIGA

SÓ A SAUDADE É INEIRA.

A CASA É MAL-ASSOMBRADA

ONDE NÃO MORA NINGUÉM

QUAL É O GOSTO QUE TEM

UMA CASA ABANDONADA?

UM MORCEGO FAZ ZOADA

QUANDO VOCÊ EMTRA NELA

PULA UM RATO DA PANELA

MAGRO QUE SÓ UM PALITO

O VENTO DÁ UM APITO

PELAS FENDAS DA JANELA.

NA CASA DESOCUPADA

NÃO TEM O CANTO DO GALO

NEM O RINCHO DO CAVALO

NEM O BERRO DA BOIADA.

SÓ SE VER PORTA QUEBRADA

COM DOIS DEDOS DE POEIRA

TEM INCHU NA COMEEIRA

NO TELHADO CRESCE MATO

NO CHÃO BURACO DE RATO

CUPIM COMENDO A MADEIRA.

NUMA CASA SEM FAMÍLIA

O SILÊNCIO É SEU VIZINHO

LÁ NÃO TEM UM PASSARINHO

NÃO TEM UM RÁDIO DE PILHA.

O QUE RESTOU DA MOBÍLIA

FOI UM PEGADOR DE BRASA

UM BULE VELHO SEM ASA

UMA JARRA NO OITÃO

UM PÉ DE MANJERICÃO

E A TRISTEZA DA CASA.

NUMA CASA DO SERTÃO

ONDE NÃO MORA NINGUÉM

NA COZINHA SEMPRE TEM

ALGUMA RECORDAÇÃO.

UMA FORQUILHA NO CHÃO

UMA CHALEIRA QUE VAZA

UMA BARROQUINHA RASA

PRA O POTE FICAR EM PÉ

E AS CINZAS DA CHAMINÉ

BORRANDO AS TELHAS DA CASA.

ONDE NÃO MORA NINGUÉM

O RATO VEM FAZER NINHO

NA BOCA DE UM MOINHO

ONDE QUEBRAVA O XERÉM.

NO MONTURO AINDA TEM

UM RESTO DE ARATACA

UMA BAINHA SEM FACA

UMA PENEIRA FURADA

UMA PANELA EMBORCADA

NA CABEÇA DUMA ESTACA.

MUITAS VEZES BENCEDINHO

EU VI DAQUELA CALÇADA

AO ROMPER DA ALVORADA

O SOL ABRINDO CAMINHO.

E HOJE O SOL BEM MANSINHO

ESCONDE A BELEZA SUA

NO HORIZONTE RECUA

DÁ UM SORRISO ESQUISITO

LIBERANDO O INFINITO

PARA O PASSEIO DA LUA.

ONDE TEM GENTE MORANDO

TEM ORQUESTRA NO BARREIRO

TEM O GRITO DO VAQUEIRO

QUE CHAMA O GADO ABOIANDO.

QUANDO O DIA VAI CHEGANDO

BEIJANDO A FACE DA TERRA

NA MATA A CORUJA BERRA

CANTA TRISTE UMA CIGARRA

SAI O SOL QUEBRANDO A BARRA

NO ESPINHAÇO DA SERRA.

NUNCA TEM JEITO O SERTÃO

COM GOVERNO VAGABUNDO

ROUBANDO DE TODO MUNDO

SEM FAZER IRRIGAÇÃO.

SE JOGAR ÁGUA NO CHÃO

DESSA TERRA ABENÇOADA

NOSSA GENTE TÃO HONRADA

NUNCA JAMAIS VAI EMBORA

E UM POETA NÃO CHORA

NA CASA DESABITADA.

UMA NUVEM AINDA VEM

PARECENDO UMA CORTINA

FAZER SOMBRA NA RUÍNA

ONDE NÃO MORA NINGUÉM.

A LUA BRANCA TAMBÉM

FICA LÁ NÃO VAI EMBORA

SOBRE A CASA VELHA CHORA

ATÉ O RAIAR DO DIA

DESPEJANDO POESIA

NA CASA QUE NINGUÉM MORA.

NUMA TARDE ENSOLARADA

COM O CALOR SUFOCANDO

PRA QUE O VENTO AREJANDO

A CASA DESABITADA?

E A CANCELA QUEBRADA

FICA FECHANDO E ABRINDO

AS DOBRADIÇAS RANGINDO

NO SEU TRISTE SOFRIMENTO

MAS PRA QUE TANTO LAMENTO

SE NÃO TEM NINGUÉM OUVINDO?

PRA QUE O SOL LOGO CEDO

COM SEU SORRISO BEM FARTO

INVADINDO AQUELE QUARTO

QUE GUARDA TANTO SEGREDO?

E POR QUE EU TENHO MEDO

QUE DESSA CASA VAZIA

POSSA SAIR ALGUM DIA

PRA SE PERDER PELO MUNDO

AQUELE AMOR TÃO PROFUNDO

QUE DENTRO DELA EU FAZIA?

FICA FECHANDO E ABRINDO

AQUELE PORTÃO DA FRENTE

COMO SE TIVESSE GENTE

POR ELE ENTRANDO E SAINDO.

EU TAMBÉM ESTOU SENTINDO

NO MEU PEITO O CORAÇÃO

IGUAL AQUELE PORTÃO

NUM VAI-E-VEM IMPERFEITO

ACHANDO PEQUENO O PEITO

PRA SENTIR TANTA EMOÇÃO.

PRA QUE AQUELA VARANDA

COM DOIS GANCHOS NA PAREDE

SE A COITADINHA DA REDE

NINGUÉM SABE ONDE ELA ANDA?

E PRA QUE SÃO PEDRO MANDA

O SEU ORVALHO CAIR

PRA ROSEIRA PRODUZIR

NUMA CASA ABANDONADA

SUA FLOR TÃO PERFUMADA

SEM TER NINGUÉM PRA SENTIR?

PRA QUE VEM UM PASSARINHO

GASTANDO A SUA CANTIGA

NO OITÃO DA CASA ANTIGA

QUE NÃO DÁ PRA FAZER NINHO?

PRA QUE O SOL BEM CEDINHO

MANDA SEU RAIO TÃO LINDO

ENTRAR NA CASA SORRINDO

PELAS BRECHAS DA JANELA

SE O POBRE FILHO DELA

NÃO TÁ LÁ DENTRO DORMINDO?

PRA QUE O SOL NO POENTE

PRA QUE LUA PRATEADA

PRA QUE A LINDA ALVORADA

SE NA CASA NÃO TEM GENTE?

PRA QUE ÁGUA NA VERTENTE

PRA QUE A LUZ DA AURORA

PRA QUE O POETA CHORA

SEU VERSO DOCE E AMIGO

SE NAQUELE VELHO ABRIGO

SÓ A SAUDADE É QUEM MORA?

PRA QUE VERDE NA CAMPINA

PRA QUE CANTA A PASSARADA

PRA QUE A NOITE ESTRELADA

SE A CASA ESTÁ EM RUÍNA?

PRA QUE NO CAMPO A NEBLINA

PRA QUE TANTA MARAVILHA

SE O SOL QUE TANTO BRILHA

COM TODA A SUA BELEZA

NÃO MANTÉM A CHAMA ACESA

NUMA CASA SEM FAMÍLIA?

PRA QUE INVADE O TELHADO

A COR DO CÉU TÃO AZUL

E O CRUZEIRO DO SUL

DEIXA O PORTÃO PRATEADO?

PRA QUE EU TER VIZITADO

MEU VELHO LAR TÃO AMIGO

SE O FIZ CHORAR COMIGO

E ELE ME FEZ SOFRER

SE OFERECENDO PRA SER

O MEU DERRADEIRO ABRIGO?

O SOL, A LUA E O VENTO

ESTRELAS, NUVENS E FLORES

SÃO DIVINOS PROTETORES

DE UM ANTIGO APOSENTO.

NOSSO PAI NO FIRMAMENTO

TAMBÉM SE EMOCIONA

A CASA SE DESMORONA

SÓ FICA DOR E TRISTEZA

MAS A SANTA NATUREZA

NUNCA MAIS LHE ABANDONA.

POR QUE NÃO MUDA DE COR

NEM A FERRUGEM AGRAVA

O PREGO QUE SUSTENTAVA

A CRUZ COM NOSSO SENHOR?

E POR QUE NO CORREDOR

COM A PAREDE EM RUÍNA

UMA ROSEIRA SE INCLINA

PRA FICAR NO CANTO EXATO

ONDE EU BOTAVA O RETRATO

DE MINHA MÃE CELESTINA?

EU ACHO QUE A NATUREZA

A QUEM ADIMIRO TANTO

VAI REVERTER O ENCANTO

DA CASINHA CAMPONESA.

NELA SE MANTÉM ACESA

POR ORDEM DO CRIADOR

A LUZ COM TODO EXPLENDOR

DAQUELA ESTRELA SAGRADA

QUE ANUNCIOU A CHEGADA

DE JESUS NOSSO SENHOR.

aldemaralves
Enviado por aldemaralves em 09/08/2010
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