ONDE NÃO MORA NINGUÉM.
Do livro:
GARANHUNS, TERRA DAS FLORES,
DE AMOR, DE PAZ E FRIO.
DA CASINHA ONDE MOREI
NO MEU TEMPO DE CRIANÇA
HOJE SÓ RESTA A LEMBRANÇA
DO TEMPO BOM QUE PASSEI.
ESSE ANO EU VISITEI
MEU RANCHO VELHO QUERIDO
MAS FIQUEI MUITO SENTIDO
COM TANTO ESTRAGO QUE VI
E PRA SOFRER O QUE SOFRI
ERA MELHOR NÃO TER IDO.
NÃO VI O FOGÃO DE BRASA
NEM A BOCA DO BOEIRO
POR ONDE PASSAVA O CHEIRO
DO CAFÉ TORRADO EM CASA.
AQUELE BULE SEM ASA
QUE ACHEI NO PÉ DO MURO
COSINHAVA O LEITE PURO
DA MINHA VACA PINTADA
DE QUEM SÓ RESTA A OSSADA
LÁ NO FINAL DO MONTURO.
É GRANDE A RECORDAÇÃO
DAS FESTAS QUE EU FAZIA
ATÉ O RAIAR DO DIA
NAS NOITES DE SÃO JOÃO.
AQUELE VELHO SALÃO
QUE HOJE ESTÁ SEM AS TELHAS
ACOMODAVA AS PARELHAS
DANÇANDO SAMBA DE RODA
E HOJE SÓ ACOMODA
AQUELE ENXAME DE ABELHAS.
CASA VELHA, VELHA AMIGA
QUE FOI TÃO BONITA UM DIA
PALCO DE TANTA ALEGRIA
HOJE O TEMPO TE CASTIGA.
VOCÊ HOJE NÃO ABRIGA
O IDEAL DE UM SONHADOR
NEM OS MURMÚRIOS DE AMOR
QUE OUVIA ANTIGAMENTE
ABRIGAS UNICAMENTE
SAUDADES DE UM MORADOR.
NA PORTA TEM UM BATENTE
COMIDO PELO CUPIM
PRA MOSTRAR O QUANTO É RUIM
CASA QUE NÃO MORA GENTE.
TEM UM ESTEIO NA FRENTE
QUE ANDA CAI-MAS-NÃO-CAI
JÁ TEM UM RACHÃO QUE VAI
ARRANCANDO DA PAREFDE
O GANCHO DA VELHA REDE
ONDE DORMIA MEU PAI.
É TRISTE VER UMA CASA
SEM UM TOQUE FEMININO
SEM O CHORO DE UM MENINO
QUANDO O SEU MINGAU ATRASA.
NÃO TEM UM PREÁ NA BRASA
NEM O CHEIRO DE UM CUSCUZ
NÃO SE COLOCA UMA CRUZ
PENDURADA NA JANELA
NÃO TEM ROSÁRIO NEM VELA
NEM UM QUADRO COM JESUS.
TÃO LINDA QUE ELA ERA
FOI UM LAR DOCE E AMIGO
DEU PRAZER E DEU ABRIGO
DO INVERNO Á PRIMAVERA.
HOJE SEU NOME É TAPERA
CASEBRE, ESCOMBRO OU RUÍNA
OUVINDO COMO ROTINA
NO SEU TRISTE INTERIOR
O GRITO AMARGO DA DOR
QUE HOJE É SUA INQUILINA.
VELHOS TEMPOS DE FARTURA
DE QUADROS PELA PAREDE
DE CAMA POLTRONA E REDE
TODO ANO UMA PINTURA.
O CHEIRO BOM DE FRITURA
NA CHAMINÉ DA COZINHA
TANTA ALEGRIA QUE TINHA
MAS O TEMPO NÃO PERDOA
ESTÁ IGUAL A PESSOA
VELHA, DOENTE E SOZINHA.
DAQUELA VELHA CALÇADA
O SOPRO DA VENTANIA
CARREGOU A POESIA
QUE EU FIZ PRA MINHA AMADA.
E A LUA PRATEADA
OUVIU NO VELHO TERRAÇO
O MEU GEMIDO DEVASSO
FILHO DE UM AMOR TÃO LINDO
QUE HOJE ESTÁ SE ESVAINDO
NA VASTIDÃO DO ESPAÇO.
TANTO PRAZER, TANTO ORGULHO
TANTAS HORAS DE ALEGRIA
NO QUARTO QUE EU DORMIA
E HOJE SÓ TEM ENTULHO.
EU IMAGINO O BARULHO
QUE O TELHADO FAZIA!
CADA TELHA QUE CAIA
EXPULSAVA UM PEDACINHO
DOS MOMENTOS DE CARINHO
QUE AQUELE QUARTO ESCONDIA.
NUMA NOITE DE VERÃO
NAQUELA VELHA CALÇADA
VENDO A LUA PRATEADA
FIZ UMA LINDA CANÇÃO.
O SOM DO MEU VIOLÃO
A SE EXPANDIR CONTINUA
E ATÉ HOJE FLUTUA
NA IMENSIDÃO DO ESPAÇO
CONDUZINDO O MEU ABRAÇO
DE GRATIDÃO PARA A LUA.
AQUELE ANTIGO JARDIM
TRATEI COM IMENSO ORGULHO
HOJE SÓ TEM PEDREGULHO
AS PLANTAS LEVARAM FIM.
O TEMPO LEVOU DE MIM
COM SUAS MÃOS CRIMINOSAS
AS PLANTINHAS TÃO VIÇOSAS
DE UM COLORIDO TÃO LINDO
ONDE EU SENTIA SORRINDO
O CHEIRO DE MINHAS ROSAS.
DÁ DESGOSTO UM AMBIENTE
QUE NÃO TEM UMA VIOLA
UM CANÁRIO NA GAIOLA
NEM UM CANTEIRO NA FRENTE.
NA CASA QUE NÃO TEM GENTE
TODA ALEGRIA TÁ MORTA
NÃO TEM FRUTEIRA NA HORTA
NO TELHADO CRESCE MATO
E UM DIABO DUM CANDIDATO
PÔE SEU RETRATO NA PORTA.
ATÉ NAS CASAS EXISTE
UM DESTINO DIFERENTE
TEM UMA BEM ATRAENTE
E OUTRA QUE É TÃO TRISTE.
TEM UMA QUE NÃO RESISTE
O DESPREZO DE ALGUÉM
TEM OUTRA QUE SE MANTÉM
A VIDA TODA HABITADA
E TEM A POBRE COITADA
ONDE NÃO MORA NINGUÉM.
ONDE NÃO MORA NINGUÉM
A TRISTEZA DÁ UM GRITO
DESCE UM GEMIDO ESQUISITO
LÁ DAS BANDAS DO ALÉM.
CASA VELHA NÃO MANTÉM
A VOZ DE SEUS HABITANTES
PRA LUGARES BEM DISTANTES
QUANDO A PAREDE RACHAVA
PELAS BRECHAS ESCAPAVA
TODA CONVERSA DE ANTES.
NA CASA SEM MORADOR
NÃO TEM UMA ZELADORA
NÃO TEM RODO NEM VASSOURA
FLANELA E ASPIRADOR.
NÃO EXISTE ESPANADOR
NEM SABÃO NEM DETERGENTE
BUCHA, BOMBRIL, REPELENTE
BOM-AR NEM DESINFETANTE
A CASA SEM HABITANTE
TEM CATINGA PERMANENTE.
TEM CASA MUITO BONITA
QUE NÃO TEM SERENIDADE
SÓ TRAZ INFELICIDADE
TRAZ O ÓDIO E A DESDITA.
TEM MANSÃO QUE É MALDITA
COM TODO SEU ESPLENDOR
NÃO TEM UM PINGO DO AMOR
DA GRAÇA E DA POESIA
DUMA SIMPLES ESTREBARIA
ONDE NASCEU O SENHOR.
NA CASA QUE NINGUÉM MORA
NÃO TEM CRUZ NEM ORAÇÃO
NÃO TEM MAIS FASCINAÇÃO
ENTARDECER NEM AURORA.
O DESPREZO LHE DEVORA
INVADINDO A PARTE INTERNA
NO CHÃO SE CRIA CAVERNA
ONDE NASCE O MAL-ASSOMBRO
E NO PÓ DO SEU ESCOMBRO
SÓ A SAUDADE É ETERNA.
NA CASA QUE MORA GENTE
UMA PATATIVA ESTALA
UM GRILO CANTA NA SALA
BERRA UM CABRITO NA FRENTE.
UM BODE NOVO CARENTE
ATRÁS DA CABRA BODEJA
UM PAPAGÁIO GAGUEJA
UM PALAVRÃO ESCORREGA
UM GATO MAGRO SE ESFREGA
NAS PERNAS DA SERTANEJA.
NA CASA QUE NINGUÉM MORA
NÃO TEM BAQUE NO FOGÃO
NEM BATUQUE NO PILÃO
NEM XERÉM FEITO NA HORA.
QUANDO O DONO VAI EMBORA
TUDO DE BOM TAMBÉM VAI
DALI AGORA NÃO SAI
MAIS UM VERSO DE REPENTE
CASA QUE NÃO MORA GENTE
SÓ DÁ CERTO QUANDO CAI.
ONDE MORA UMA FAMÍLIA
O BARULHO É ABUNDANTE
O VENTO SOPRA DISTANTE
O SOM DO RÁDIO DE PILHA.
A MÃE GRITA COM A FILHA
CAI UM BULE QUEBRA A ASA
VAI MORRER LONGE DE CASA
O ABOIO DUM VAQUEIRO
O GATO MIA NO CHEIRO
DA TRIPA ASSANDO NA BRASA.
NA CASA DESABITADA
O PISO SOFRE UM ABALO
A PORTA DÁ UM ESTALO
NA DOBRADIÇA EMPERRADA.
SÓ SE VER RIPA QUEBRADA
BURACO NA CUMEEIRA
CASA DE CARANGUEJEIRA
DE ARANHA E DE FORMIGA
COITADA DA CASA ANTIGA
SÓ A SAUDADE É INEIRA.
A CASA É MAL-ASSOMBRADA
ONDE NÃO MORA NINGUÉM
QUAL É O GOSTO QUE TEM
UMA CASA ABANDONADA?
UM MORCEGO FAZ ZOADA
QUANDO VOCÊ EMTRA NELA
PULA UM RATO DA PANELA
MAGRO QUE SÓ UM PALITO
O VENTO DÁ UM APITO
PELAS FENDAS DA JANELA.
NA CASA DESOCUPADA
NÃO TEM O CANTO DO GALO
NEM O RINCHO DO CAVALO
NEM O BERRO DA BOIADA.
SÓ SE VER PORTA QUEBRADA
COM DOIS DEDOS DE POEIRA
TEM INCHU NA COMEEIRA
NO TELHADO CRESCE MATO
NO CHÃO BURACO DE RATO
CUPIM COMENDO A MADEIRA.
NUMA CASA SEM FAMÍLIA
O SILÊNCIO É SEU VIZINHO
LÁ NÃO TEM UM PASSARINHO
NÃO TEM UM RÁDIO DE PILHA.
O QUE RESTOU DA MOBÍLIA
FOI UM PEGADOR DE BRASA
UM BULE VELHO SEM ASA
UMA JARRA NO OITÃO
UM PÉ DE MANJERICÃO
E A TRISTEZA DA CASA.
NUMA CASA DO SERTÃO
ONDE NÃO MORA NINGUÉM
NA COZINHA SEMPRE TEM
ALGUMA RECORDAÇÃO.
UMA FORQUILHA NO CHÃO
UMA CHALEIRA QUE VAZA
UMA BARROQUINHA RASA
PRA O POTE FICAR EM PÉ
E AS CINZAS DA CHAMINÉ
BORRANDO AS TELHAS DA CASA.
ONDE NÃO MORA NINGUÉM
O RATO VEM FAZER NINHO
NA BOCA DE UM MOINHO
ONDE QUEBRAVA O XERÉM.
NO MONTURO AINDA TEM
UM RESTO DE ARATACA
UMA BAINHA SEM FACA
UMA PENEIRA FURADA
UMA PANELA EMBORCADA
NA CABEÇA DUMA ESTACA.
MUITAS VEZES BENCEDINHO
EU VI DAQUELA CALÇADA
AO ROMPER DA ALVORADA
O SOL ABRINDO CAMINHO.
E HOJE O SOL BEM MANSINHO
ESCONDE A BELEZA SUA
NO HORIZONTE RECUA
DÁ UM SORRISO ESQUISITO
LIBERANDO O INFINITO
PARA O PASSEIO DA LUA.
ONDE TEM GENTE MORANDO
TEM ORQUESTRA NO BARREIRO
TEM O GRITO DO VAQUEIRO
QUE CHAMA O GADO ABOIANDO.
QUANDO O DIA VAI CHEGANDO
BEIJANDO A FACE DA TERRA
NA MATA A CORUJA BERRA
CANTA TRISTE UMA CIGARRA
SAI O SOL QUEBRANDO A BARRA
NO ESPINHAÇO DA SERRA.
NUNCA TEM JEITO O SERTÃO
COM GOVERNO VAGABUNDO
ROUBANDO DE TODO MUNDO
SEM FAZER IRRIGAÇÃO.
SE JOGAR ÁGUA NO CHÃO
DESSA TERRA ABENÇOADA
NOSSA GENTE TÃO HONRADA
NUNCA JAMAIS VAI EMBORA
E UM POETA NÃO CHORA
NA CASA DESABITADA.
UMA NUVEM AINDA VEM
PARECENDO UMA CORTINA
FAZER SOMBRA NA RUÍNA
ONDE NÃO MORA NINGUÉM.
A LUA BRANCA TAMBÉM
FICA LÁ NÃO VAI EMBORA
SOBRE A CASA VELHA CHORA
ATÉ O RAIAR DO DIA
DESPEJANDO POESIA
NA CASA QUE NINGUÉM MORA.
NUMA TARDE ENSOLARADA
COM O CALOR SUFOCANDO
PRA QUE O VENTO AREJANDO
A CASA DESABITADA?
E A CANCELA QUEBRADA
FICA FECHANDO E ABRINDO
AS DOBRADIÇAS RANGINDO
NO SEU TRISTE SOFRIMENTO
MAS PRA QUE TANTO LAMENTO
SE NÃO TEM NINGUÉM OUVINDO?
PRA QUE O SOL LOGO CEDO
COM SEU SORRISO BEM FARTO
INVADINDO AQUELE QUARTO
QUE GUARDA TANTO SEGREDO?
E POR QUE EU TENHO MEDO
QUE DESSA CASA VAZIA
POSSA SAIR ALGUM DIA
PRA SE PERDER PELO MUNDO
AQUELE AMOR TÃO PROFUNDO
QUE DENTRO DELA EU FAZIA?
FICA FECHANDO E ABRINDO
AQUELE PORTÃO DA FRENTE
COMO SE TIVESSE GENTE
POR ELE ENTRANDO E SAINDO.
EU TAMBÉM ESTOU SENTINDO
NO MEU PEITO O CORAÇÃO
IGUAL AQUELE PORTÃO
NUM VAI-E-VEM IMPERFEITO
ACHANDO PEQUENO O PEITO
PRA SENTIR TANTA EMOÇÃO.
PRA QUE AQUELA VARANDA
COM DOIS GANCHOS NA PAREDE
SE A COITADINHA DA REDE
NINGUÉM SABE ONDE ELA ANDA?
E PRA QUE SÃO PEDRO MANDA
O SEU ORVALHO CAIR
PRA ROSEIRA PRODUZIR
NUMA CASA ABANDONADA
SUA FLOR TÃO PERFUMADA
SEM TER NINGUÉM PRA SENTIR?
PRA QUE VEM UM PASSARINHO
GASTANDO A SUA CANTIGA
NO OITÃO DA CASA ANTIGA
QUE NÃO DÁ PRA FAZER NINHO?
PRA QUE O SOL BEM CEDINHO
MANDA SEU RAIO TÃO LINDO
ENTRAR NA CASA SORRINDO
PELAS BRECHAS DA JANELA
SE O POBRE FILHO DELA
NÃO TÁ LÁ DENTRO DORMINDO?
PRA QUE O SOL NO POENTE
PRA QUE LUA PRATEADA
PRA QUE A LINDA ALVORADA
SE NA CASA NÃO TEM GENTE?
PRA QUE ÁGUA NA VERTENTE
PRA QUE A LUZ DA AURORA
PRA QUE O POETA CHORA
SEU VERSO DOCE E AMIGO
SE NAQUELE VELHO ABRIGO
SÓ A SAUDADE É QUEM MORA?
PRA QUE VERDE NA CAMPINA
PRA QUE CANTA A PASSARADA
PRA QUE A NOITE ESTRELADA
SE A CASA ESTÁ EM RUÍNA?
PRA QUE NO CAMPO A NEBLINA
PRA QUE TANTA MARAVILHA
SE O SOL QUE TANTO BRILHA
COM TODA A SUA BELEZA
NÃO MANTÉM A CHAMA ACESA
NUMA CASA SEM FAMÍLIA?
PRA QUE INVADE O TELHADO
A COR DO CÉU TÃO AZUL
E O CRUZEIRO DO SUL
DEIXA O PORTÃO PRATEADO?
PRA QUE EU TER VIZITADO
MEU VELHO LAR TÃO AMIGO
SE O FIZ CHORAR COMIGO
E ELE ME FEZ SOFRER
SE OFERECENDO PRA SER
O MEU DERRADEIRO ABRIGO?
O SOL, A LUA E O VENTO
ESTRELAS, NUVENS E FLORES
SÃO DIVINOS PROTETORES
DE UM ANTIGO APOSENTO.
NOSSO PAI NO FIRMAMENTO
TAMBÉM SE EMOCIONA
A CASA SE DESMORONA
SÓ FICA DOR E TRISTEZA
MAS A SANTA NATUREZA
NUNCA MAIS LHE ABANDONA.
POR QUE NÃO MUDA DE COR
NEM A FERRUGEM AGRAVA
O PREGO QUE SUSTENTAVA
A CRUZ COM NOSSO SENHOR?
E POR QUE NO CORREDOR
COM A PAREDE EM RUÍNA
UMA ROSEIRA SE INCLINA
PRA FICAR NO CANTO EXATO
ONDE EU BOTAVA O RETRATO
DE MINHA MÃE CELESTINA?
EU ACHO QUE A NATUREZA
A QUEM ADIMIRO TANTO
VAI REVERTER O ENCANTO
DA CASINHA CAMPONESA.
NELA SE MANTÉM ACESA
POR ORDEM DO CRIADOR
A LUZ COM TODO EXPLENDOR
DAQUELA ESTRELA SAGRADA
QUE ANUNCIOU A CHEGADA
DE JESUS NOSSO SENHOR.