Aos poetas que partiram.
Porque não mais uma poesia...
Na tarde que se faz bruma antecipando o anoitecer,
a súplica que encontra o luar tão fria,
soma a dor , a triste existencia vazia.
Sombreou as palavras o extremo da vida,
e o limiar da eternidade resgatou a beleza,
viaja o poeta , seus sonhos e amores,
ao por do sol que desfalece a tristeza.
Porque não despedaçou diante do adeus,
a ultima rima na derradeira e negra aquarela,
porque não redesenhou um dos poemas seus,
na fumaça sinuosa que te levou para as estrelas.
A pequenez do homem não é capaz de sobrepor,
tempo ao tempo, prolongando a vida fugaz,
embora a poesia, embora tanta ternura e amor,
a alma do poeta viaja, e fica o encanto que jaz.
Malgaxe