Cortante a faca da insônia,
Um constante pesadelo,
Uma noite mal dormida,
Uma dor de cotovelo.
O ciúme eletrizado,
Ausência do bem amado,
Nas mãos frias de gelo.
Se fosse assim diferente,
A prática não ser constante,
Evitaria o ranger dos dentes,
A tristeza neste semblante.
O sentimento é de abandono,
Semelhante a um cão sem dono,
Numa espera estressante.
Então chega o momento,
Uma entrada sorrateira,
Como se fosse um bandido,
Sabendo que fez besteira.
Articulando uma desculpa,
Ausentando-se de culpa,
Jurando ser verdadeira.
Um intenso bate boca,
Palavrões e xingamentos,
Se batom tiver na roupa,
É maior o sofrimento.
Madrugada interminável,
A prática não é saudável,
Destrói qualquer casamento.
O prato está na balança,
Pesa muito nesta hora,
Muito justa esta cobrança,
É por isso que ela chora.
Ela pensa na família,
Perde força, se humilha,
Dá vontade de ir embora.
Novamente a consciência,
Diz pra ser mais tolerante,
Pensar nos filhos pequenos,
Nas pontas deste barbante.
Estratégia de saída,
A noite já foi perdida,
É sábio vê a diante...
Depois da atribulação,
O casal se harmoniza,
Há mágoas no coração,
Mas o tempo cicatriza.
O amor é a resposta,
Contido nesta proposta,
O restante, se ameniza...