Não quero lembrar que podes ter morrido,
Paixão morta ganha força exacerbada.
Não quero quebrar o que já foi mentido,
É vão sonhar manha de dor realizada.
Não quero ver em outros tua doce ótica,
É insão tentar retomar a inocência ignorada.
Não quero ser outra essência senão diabólica,
Então não teime tomar minha piedade negada.
Não quero queimar meu eu com tua decadência,
Escravidão sentimental não mais comigo.
Não quero amar em poemas tua demência,
É invasão mental ter a incerteza de castigo.
Não quero não esquecer que não lembro,
De tão forte, quebrei meu próprio ego cristalino.
Não quero carecer do teu abraço de ópio no setembro.
Não me conforte sóbrio sorriso de divino,
Até porque é obvio que esqueci que já usei “não lembro”.