Estou nu, arrancaram minha pele sem anestesia,
A dor adormeceu meus sentidos de realidade.
As grades estão frias, o chão está molhado.
Agora querem que eu mostre que sei pensar,
Tenho que me adaptar aos conceitos morais,
Que dizem que sou um ser inferior. Inferior!
Estou nu, fustigaram minha pele por prazer,
Sou a atração principal do condicionamento,
Tenho que ser um astro artificial como eles.
Agora, querem que eu mostre que sei dançar...
Tenho que ser o brinquedo de tal nazismo,
Que diz que estou aqui para ser escravo. Escravo!
Estou nu, roubaram minha pele por vaidade,
Visto com minha vida a futilidade dos modismos.
O sangue se esvai enquanto curtem meu couro...
Agora, querem-me desfilando em outros corpos,
Meu pelo não aquecerá almas tão socialmente glaciais
Que precisam de outras cascas para ser só cascas!
Estou nu, contaminaram minha pele e me drogaram,
Não sinto meus instintos naturais de animalidade
Que transformaram em meros insultos...
Agora não tenho consciência da insanidade ou ilusão,
Tenho que ser o teste pra essa confusa frustração,
Que diz que a razão é a cura para loucura,
E faz da minha vida uma prisão/tortura sem real finalidade.