Do eu...

Do eu...

Sandra Ravanini

Sorrio às iras, os vícios foram pagos;

oh! venerada egolatria tombada

gotejando para a garrafa o trago

da boca amortecida e intoxicada.

Granizar a cólera do gritador

soluçando a inquietação da resina,

untar o breu fascinante do amargor

no cálice embriagado de toxina.

Há tristeza na estátua equilibrista

encenando à passeata sem andores...

Nenhum um! Eu beatifico d’eus egoístas

o teatro onde somos os ditadores.

Sorrio aos vícios e à cólera do espelho;

uma estátua intoxicada da ira d’eus

reflete o granito encenando o apelo

em um palco amortecido pelo breu.

09/03/2008