Se há a distância dos corpos,
de há muito as mentes se falam.
Se nossas mãos não se entrelaçam,
de há muito buscam o primeiro toque.
Nossos desejos, ainda sonhos.
Mas apenas aguardam o sol,
raiar de um dia que os desperte.
E a cada noite se apuram,
a cada nova fantasia se
aproximam, lapidam na
bruma uma nova realidade.
Se nossos lábios não se tocaram,
já intuem seus sabores.
Se nossas peles ainda não se roçam,
já se arrepiam...
Se nossos sexos não se juntaram ainda,
Alertas, preparam-se para o momento.
E atentos nessa espera,
já estão úmidos...
Ainda aguardamos, mas sabemos:
o destino, que nos fez encontrar
em meio a distância,
tem planos para nós...
Quer que sejamos apenas
homem e mulher.
Senhor e escrava,
Deusa e súdito...
Na arena dos amantes,
toda a lascívia de nossos
corpos será libertada.
Nosso encontro será celebração.
Serão momentos só nossos,
serão completos, infinitos...
Pois nada, nem mesmo a
junção de palavras na forma
mais inspirada, buscando ser
um poema seria capaz
de descrever o clímax.
Alguns apenas sonham,
poucos afortunados como
nós a têm: A paz sublime.
Pois só quem viveu, sabe
dessa paz após o êxtase.
Paz dos momentos temperados
por peles salgadas de suor,
dos corpos saciados pelo amor...
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