Queria ser como o pássaro,
Para ter asas e voar.
Ir para uma montanha,
E nunca mais voltar.
Quem me dera nesta triste sina,
Minha poesia se calar.
Para meus versos se conterem
E não poder no tempo morar.
Ai! Como dói minha saudade.
As lágrimas que soam, não conseguem parar.
E nos sonhos ficam perdidos
O som, o beijo e o dom de amar.
Mas para que me serve o amor,
Se a saudade vem me roubar?
Far-te-ei os meus beijos,
Que a saudade vem me acalentar.
Tornar-te triste,
Sem mágoas, e sem cantar.
Soou entre as brumas
Em minhas lágrimas ao mar.
E o pássaro voou,
Sem saber, sem querer voltar.
Minha saudade aperta-me.
Não consigo. Não consigo respirar.
Minha sina suspende-se
Sem entender o que é amar.
Ai! Que triste saudade.
Que pássaro que não quer voar!
Ficar preso nas águas do pensamento.
Confusas rotinas a circular.
A nostalgia se cala,
Os versos voltam ao seu lugar.
Sentirei o toque do amor novamente?
Quem me dera que meu pássaro pudesse voltar.
Só assim. Discreto e estrondoso.
Eu conseguiria me libertar.
12/12/09
__________________________________________________________
Publicado nos Livros no autor:
2010- O Silêncio do Pensamento
2018- Entardecer – Antologia Poética